terça-feira, 13 de abril de 2010

`Pulseirinhas do sexo` preocupam pais e educadores.


Por Robson Belmonte:

As chamadas ‘pulseirinhas do sexo’ são assunto de grande repercussão no Brasil neste momento. O número de adeptos cresce exponencialmente em todo o país e as crianças e adolescentes que estão usando essas pulseiras inventadas na Inglaterra muitas vezes não têm consciência da conotação sexual que existe por trás dos adereços. O que deveria ser apenas mais um acessório de moda para os adolescentes virou caso de polícia e de preocupação para pais e educadores.

Alguns casos de abuso sexual e estupro têm sido atribuídos ao uso do acessório. São pulseiras de silicone coloridas e cada cor tem um significado erótico diferente. A brincadeira é arrebentar a pulseira do outro para ganhar o carinho que a cor representa. Pode ser um simples abraço, um beijo de língua e até uma relação sexual.

Segundo a especialista em sexualidade humana do Instituto Kaplan, Maria Helena, muitas crianças e adolescentes que estão usando essas pulseiras não têm consciência da conotação sexual e usam somente como um acessório, não para participar da brincadeira sexual.

“Os participantes nem sempre escolhem entrar nesta brincadeira e muito menos, com quem brincar. É o caso das garotas que usam as pulseirinhas por outros motivos, como moda, fazer trocas em sinal de amizade, pular corda, ou mesmo pelo prazer de competir entre eles, meninos e meninas, quem acumula o maior número delas no braço’, explicou.

No entanto, ela alerta para os riscos que a brincadeira trás para os adolescentes que são adeptos da brincadeira. “As atividades sexuais propostas no jogo das pulseirinhas incluem certos comportamentos para os quais as crianças e adolescentes ainda não estão aptas para vivenciar”, acrescentou a especialista.

Ainda de acordo com Maria Helena, jogos sexuais na adolescência sempre existiram e hoje é cada vez mais comum. Pesquisando na internet descobre-se um monte deles: Jogo do beijo dado, Quebrando o gelo, Mistura fila, Jogo da caneta, Cola, Jogo das fitas, Beijo na boneca, Príncipe das cantadas, Beija… Beija. “O pior é ter jogos que fogem ao controle e envolva sexo de forma banal e até violenta”, finaliza.

Recomendação

Para que não haja problemas quanto a isso, a recomendação é que todos os pais tenham um relacionamento transparente e amigável com seus filhos. “Os pais são o referencial dos filhos. Não mentir, ser aberto, procurar respostas adequadas à idade de seus filhos, ser alerta pode evitar muitos problemas”, explica a especialista.

Para aqueles que têm filhos que usam ou estão interessados em utilizarem a pulseirinha a recomendação é que eles esclareçam e orientem sobre o tema. Os pais devem ficar atentos e informar seus filhos sobre o jogo – o que é, como é e as consequências. Crianças e adolescentes podem e devem ser bem informados, mesmo quando o assunto é sexo.

Maria Helena Vilela é enfermeira obstetra formada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com especialização em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade São Paulo (USP), em Sexualidade Humana pelo Centro de Estudos de Sexualidade Instituto H. Ellis e formação em Psicodrama Aplicado a Educação pela Sociedade de Psicodrama de São Paulo.

Além disso, desde 1996é diretora-executiva do Instituto Kaplan, uma entidade de estudos sobre a sexualidade humana, com a missão de esclarecer os cidadãos sobre dúvidas sobre sexo, desenvolver jogos pedagógicos para auxiliar a capacitação de educadores e profissionais que ministram aulas de educação sexual. O site do Instituto Kaplan é www.kaplan.org.br

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